A coordenação da COP30 no Brasil apresentou, nesta sexta-feira, um rascunho do documento final da conferência, que não inclui propostas para a redução do uso de combustíveis fósseis. A omissão ocorre em meio a forte oposição de países como a Arábia Saudita, que dependem da exploração de petróleo, carvão e gás. Este tema tem sido central nas negociações climáticas, mas a minuta não apresenta um plano claro ou metas específicas para a eliminação progressiva desses recursos.
O rascunho, que possui sete páginas, convoca esforços mais rápidos para a ação climática e introduz um mecanismo voluntário denominado “Acelerador Global de Implementação”. No entanto, a falta de compromissos concretos gerou descontentamento entre governos e especialistas que consideram a descarbonização essencial para cumprir as metas estabelecidas pelo Acordo de Paris. Países como França e Alemanha já sinalizaram que não apoiarão a proposta apresentada.
O presidente da COP30, André Corrêa do Lago, reconheceu a resistência intensa de várias nações, incluindo China e Índia, que se opõem à inclusão direta do tema. Mesmo com apelos do governo brasileiro, a discussão sobre combustíveis fósseis permanece polarizada, o que pode impactar negativamente os esforços globais para enfrentar as mudanças climáticas. A continuidade das negociações e revisões do rascunho será crucial para determinar os próximos passos na conferência.


