A análise econômica dos acidentes de trabalho no Brasil revela um cenário alarmante, onde a falta de segurança laboral não apenas causa tragédias humanas, mas também gera prejuízos financeiros significativos. Este artigo, o terceiro de uma série dedicada ao tema, destaca que a prevenção se mostra muito mais vantajosa do que o custo das indenizações, dado o impacto financeiro da negligência nas empresas e no Estado.
O Brasil enfrenta uma alarmante taxa de acidentalidade, ocupando a quarta posição mundial em acidentes de trabalho e a terceira em mortes. A cada 48 segundos, um acidente ocorre, e a subnotificação agrava a situação, criando uma falsa impressão de segurança. Entre 2012 e 2021, o INSS gastou mais de 120 bilhões de reais com benefícios acidentários, um valor que não inclui as perdas de produtividade e os danos irreparáveis às vidas dos trabalhadores.
A negligência em segurança não só resulta em custos diretos para as empresas, mas também acarreta responsabilidade jurídica, levando ao bloqueio de contas e até ao fechamento de negócios. O investimento em prevenção deve ser visto como uma prioridade, não uma despesa, para evitar tragédias e promover um ambiente de trabalho mais seguro e produtivo. O Brasil deve urgentemente mudar sua cultura em relação à segurança laboral para reverter o ciclo histórico de negligência.