No último domingo, 17, os Estados Unidos anunciaram a intenção de classificar o Cartel de los Soles, supostamente dirigido pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, como uma Organização Terrorista Estrangeira. Esta decisão ocorre em um contexto de crescente tensão entre Washington e Caracas, acentuada pelo recente envio de tropas americanas ao Caribe e Pacífico, em uma operação que visa combater o narcotráfico na região.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, afirmou que o cartel corrompeu as instituições venezuelanas e está vinculado ao tráfico de drogas. Além disso, a administração americana oferece uma recompensa de US$ 50 milhões pela captura de Maduro, enquanto analistas questionam a existência do cartel, considerando-o uma representação conveniente da influência do governo venezuelano no crime. A crítica à estratégia militar dos EUA se intensifica, especialmente diante de dados que sugerem que o fentanil, a principal droga que causa overdoses nos EUA, não tem origem na Venezuela.
As operações militares e as designações de terroristas levantam preocupações sobre violação de direitos humanos e o uso desproporcional da força. Uma pesquisa recente revelou que a maioria dos americanos se opõe ao uso das Forças Armadas para eliminar suspeitos de narcotráfico sem um devido processo. Essa situação evidencia a divisão de opiniões dentro da política americana e a complexidade das relações entre os EUA e a Venezuela, que continua a ser um foco de atenção internacional.