A Câmara Federal registra um aumento expressivo de licenças de deputados que assumem outros cargos, totalizando 128 em três anos. Esse fenômeno, que supera as 108 licenças da legislatura anterior, permite que parlamentares participem de votações cruciais e relatem projetos. A recente escolha de um secretário de Segurança Pública de São Paulo para relatar um projeto do governo federal acendeu um debate sobre a legitimidade dessa prática.
O uso dessas licenças, que já se tornou comum no Congresso, levanta questões sobre a eficiência da atuação parlamentar. Com o crescimento das licenças para cargos estaduais e ministérios, há preocupações sobre a diminuição do envolvimento dos suplentes nas atividades legislativas. Parlamentares como Guilherme Derrite destacam que essa divisão de funções pode resultar em uma atuação mais focada nas necessidades locais e na elaboração de projetos relevantes.
O fenômeno das licenças express tem implicações significativas para a dinâmica política no Brasil. Especialistas alertam que a transformação de uma prerrogativa em prática corriqueira pode afetar a qualidade da legislação e o papel dos suplentes. À medida que essa situação evolui, as tensões entre o governo e o Legislativo podem intensificar-se, criando um cenário político complexo para os próximos anos.


