A 2wai, uma startup americana, está no centro de uma controvérsia global após a divulgação de um aplicativo que cria avatares digitais de pessoas já falecidas. O vídeo promovido pelo ator Calum Worthy alcançou mais de quatro milhões de visualizações e provocou um intenso debate sobre os limites éticos do uso da inteligência artificial no contexto do luto. Essa ferramenta permite que usuários interajam virtualmente com avatares de entes queridos, levantando questionamentos sobre a natureza do luto e a memória.
No vídeo, uma mulher grávida conversa com a representação digital de sua mãe, que já faleceu. Os usuários expressaram preocupações sobre a proposta, considerando-a emocionalmente arriscada e um possível obstáculo ao processo de luto. Críticos apontaram que a presença constante de um avatar digital pode distorcer as memórias e criar uma dependência emocional, além de transformar a dor da perda em uma oportunidade comercial.
A 2wai afirma que pretende expandir o uso dos avatares para outras áreas, como educação e entretenimento, após receber um investimento inicial de cinco milhões de dólares. A empresa, que colabora com gigantes da tecnologia, busca tornar a experiência mais acessível, mas enfrenta críticas sobre a privacidade e o consentimento na criação desses avatares. A discussão em torno do aplicativo destaca a necessidade de limites éticos mais claros no uso da tecnologia em contextos emocionais delicados.

