Inflamação cerebral é fundamental para o desenvolvimento do Alzheimer, revela estudo

Fernanda Scano
Tempo: 2 min.

Um estudo realizado pelo laboratório do neurocientista Eduardo Zimmer, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), indica que a inflamação no cérebro desempenha um papel crucial na progressão do Alzheimer. Publicado na revista Nature Neuroscience, a pesquisa documenta que a interação entre astrócitos e microglia é essencial para que o acúmulo de proteínas tóxicas, como tau e beta-amiloide, desencadeie a resposta imune no cérebro. Essa relação foi observada em pacientes vivos, algo que não havia sido registrado anteriormente.

Zimmer explica que a ativação das células imunológicas, como astrócitos e microglia, resulta em inflamação cerebral, que é um precursor do Alzheimer. Até agora, esse fenômeno havia sido identificado apenas em estudos com animais ou em cérebros de indivíduos falecidos. A pesquisa utiliza exames de imagem de última geração que permitem a observação dessa dinâmica celular em tempo real, oferecendo uma nova perspectiva sobre a doença.

As implicações dessa descoberta são significativas para o tratamento do Alzheimer, que tradicionalmente se concentrou na remoção de placas beta-amiloides. Zimmer sugere que, além de eliminar essas placas, será necessário desenvolver medicamentos que possam regular a comunicação entre astrócitos e microglias. Essa abordagem inovadora pode abrir novos caminhos na luta contra a doença, considerando fatores de risco como tabagismo e sedentarismo, ao lado de hábitos saudáveis que podem ajudar a prevenir o Alzheimer.

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