Seis anos após o Chile se mobilizar contra a desigualdade social, o país se vê em uma encruzilhada política, com uma crescente inclinação à extrema direita. A Praça Itália, antes um símbolo das manifestações em Santiago, está sendo transformada em um novo parque, um sinal claro de que a população busca tranquilidade após anos de tumulto. Candidatos de extrema direita, como Johannes Kaiser, emergem como favoritos nas próximas eleições, refletindo uma mudança nas prioridades dos eleitores.
As manifestações de 2019, que reuniram mais de um milhão de pessoas clamando por melhorias sociais, deixaram uma marca profunda na sociedade chilena. Contudo, o aumento da criminalidade e a insatisfação popular com a resposta do governo aos anseios sociais geraram um novo clamor por segurança. A expectativa é que, caso a extrema direita vença, novos protestos possam ocorrer, possivelmente com uma violência ainda maior, conforme indicam as preocupações de alguns cidadãos.
A ascensão da extrema direita no Chile também traz à tona um debate sobre o legado das reformas sociais que não se concretizaram. Embora o presidente Gabriel Boric tenha prometido mudanças significativas, a rejeição de propostas constitucionais progressistas enfraqueceu sua administração e revitalizou a oposição. Os ativistas afirmam que, sem uma mudança real nas demandas sociais, o país pode estar à beira de novos conflitos, ecoando as tensões do passado recente.


