O presidente do Banco Central do Brasil, Gabriel Galípolo, fez uma declaração contundente ao comparar a poupança a um “Robin Hood às avessas” em um evento promovido pela Bradesco Asset em Brasília, no dia 12 de dezembro de 2024. Ele ressaltou que essa modalidade financeira acaba por remunerar de forma inadequada os poupadores menos informados, permitindo que recursos sejam direcionados a crédito mais barato para outros setores da economia.
Durante sua fala, Galípolo destacou que a poupança oferece liquidez imediata, mas seus rendimentos são inferiores à taxa básica de juros, o que impacta negativamente os poupadores. Segundo ele, essa situação favorece quem toma empréstimos em detrimento daqueles que investem, criando uma dinâmica que não se alinha com a progressividade desejável nas políticas econômicas. Para Galípolo, essa distorção é uma questão que deve ser tratada com seriedade pelo Banco Central.
Ao defender mudanças estruturais no modelo de financiamento imobiliário, o presidente do BC enfatizou a necessidade de reavaliar o papel da poupança na economia. A visão de que essa conta correntista é baseada na desinformação e prejudica os poupadores menos favorecidos levanta questões sobre a eficácia do sistema financeiro atual. Assim, a análise de Galípolo pode sinalizar para futuras reformas que visem um equilíbrio mais justo entre poupadores e tomadores de crédito.

