O Equador está prestes a decidir sobre o retorno da base militar dos Estados Unidos em Manta, desativada em 2009. A população local enfrenta um dilema entre a urgência de combater o tráfico de drogas e o receio de reabrir feridas do passado ligadas a violações de direitos humanos. Um referendo, agendado para o próximo domingo, pode determinar se as bases militares estrangeiras voltarão ao país, desafiando uma proibição em vigor desde 2008.
O presidente Daniel Noboa, que defende a reabertura da base, conta com o apoio de 61% da população, segundo pesquisas. No entanto, a população de Manta, que lida com desafios como a pobreza e a violência, expressa ceticismo sobre a eficácia de uma nova base militar. Moradores, como Trinidad Rodríguez, apontam que as prioridades devem ser outras, como o acesso à água e serviços básicos, em vez de investimentos em instalações militares.
A questão do retorno da base militar dos EUA em Manta revive temores de abusos passados, quando a presença americana no local foi marcada por denúncias de desaparecimentos e violações de direitos. Embora algumas figuras locais defendam a base como uma solução para a insegurança e uma forma de impulsionar a economia, especialistas alertam que a ideia de que uma base militar resolverá os problemas é simplista. O resultado do referendo pode moldar o futuro da segurança e da política do Equador, em um contexto de crescente violência relacionada ao narcotráfico.


