A mineradora Vale está considerando a possibilidade de antecipar o pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio em 2025. Essa decisão segue a análise de especialistas que indicam que a empresa busca tirar proveito de benefícios fiscais antes da nova tributação de 10% sobre dividendos, que será implementada em janeiro de 2026. Com uma dívida líquida estimada em US$ 15 bilhões, a Vale parece estar em uma posição favorável para essa manobra financeira.
Os analistas do Itaú BBA destacam que, caso o cenário de mercado permaneça estável, a Vale pode distribuir até US$ 3,7 bilhões em dividendos, o que representaria um rendimento de 7% para os acionistas. Essa antecipação é vista como uma forma de mitigar os impactos da futura tributação, e especialistas acreditam que a gestão da Vale pode argumentar que a distribuição é uma antecipação em caso de deterioração das condições de mercado. O banco também acredita que a empresa manterá sua prioridade em oferecer retornos elevados aos acionistas.
Olhando para o futuro, a Vale poderá enfrentar desafios na sustentabilidade de sua política de dividendos, à medida que os investidores questionam sua capacidade de manter remunerações altas. No entanto, com a expectativa de um lucro robusto e uma dívida líquida controlada, a mineradora deve ter a flexibilidade necessária para continuar a remunerar seus acionistas. Tanto o BBI quanto o BBA têm recomendações de compra para as ações da Vale, com preços-alvo que refletem a confiança no desempenho futuro da empresa.