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Sobreviventes relatam massacre em El Fasher, Sudão, e fuga para o Chade

Bianca Almeida
Tempo: 2 min.

Munir Abderahman, um adolescente de 16 anos, chegou ao Chade após uma jornada de onze dias, fugindo de El Fasher, no Sudão, onde um massacre brutal ocorreu. Ele estava velando seu pai, um militar ferido, quando os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (FAR) tomaram a cidade, desencadeando uma onda de violência e terror. Munir relatou ter ouvido tiros e visto sangue escorrendo sob a porta do local onde estava, um sinal da gravidade da situação.

Os relatos de sobreviventes revelam um cenário de desolação e medo em El Fasher, onde os ataques aéreos e a presença dos paramilitares forçaram a população a buscar abrigo em locais precários. Com o controle da cidade pelos FAR, muitos civis, como Hamid Souleyman Chogar e Mouna Mahamat Oumour, também relataram experiências traumáticas, fugindo de cadáveres e testemunhando atrocidades. A fuga não trouxe alívio; os refugiados enfrentaram mais violência nos postos de controle ao longo do caminho, onde foram vítimas de roubos e discriminação racial.

A situação no Sudão é alarmante, com cerca de 90.000 pessoas já tendo deixado El Fasher desde a conquista pelos paramilitares, segundo a ONU. A crise humanitária se agrava, com a expectativa de que mais refugiados cheguem ao Chade nas próximas semanas. O conflito, que já causou dezenas de milhares de mortes e deslocou quase 12 milhões de pessoas, representa um dos mais graves desafios humanitários do mundo atual, exigindo atenção internacional urgente.

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