A inteligência artificial tem desenvolvido ‘deathbots’, sistemas que prometem permitir conversas com pessoas falecidas utilizando suas vozes e personalidades. Essa inovação, revelada em um estudo publicado na revista Memory, Mind & Media, levanta questões sobre a eficácia e a natureza das interações emocionais com essas simulações. Apesar de parecer uma oportunidade de reviver memórias, a experiência muitas vezes resulta em um contato mais mecânico e artificial.
Esses sistemas operam analisando rastros digitais, como mensagens e gravações, para criar avatares que respondem de maneira semelhante ao falecido. Embora a proposta de manter a memória viva seja atraente, pesquisadores notam que as interações podem soar estranhas, com respostas que não capturam nuances emocionais. Essa dinâmica se intensifica à medida que os usuários tentam personalizar ainda mais a experiência, resultando em um contraste entre a expectativa de uma conversa genuína e a realidade da artificialidade.
As implicações dessas tecnologias são profundas, uma vez que surgem de startups que transformam memórias em produtos comerciais. Embora ofereçam uma forma de preservação da memória, os ‘deathbots’ também levantam questões éticas sobre a commodificação do luto e a verdadeira essência da interação humana. Assim, ao tentarmos nos conectar com aqueles que partiram, acabamos refletindo sobre nossas próprias experiências e a complexidade das relações humanas.


