María Jesús Ezquerra, de 88 anos, vive a expectativa de recuperar o corpo de seu pai, desaparecido durante a Guerra Civil Espanhola, em uma vala comum em Ejea de los Caballeros, Aragão. Após meio século da morte de Franco, as exumações começam a revelar os corpos de cerca de 114.000 desaparecidos, um processo que traz esperança e dor às famílias envolvidas. A exumação na localidade é um passo importante para a identificação de vítimas e a reparação histórica tão desejada por muitos.
A exumação na vala de Ejea é parte de uma iniciativa mais ampla que busca identificar e devolver os corpos de pessoas desaparecidas durante o conflito. Organizações como a Associação Memória Histórica Batalhão Cinco Vilas estão à frente dos trabalhos, que enfrentam desafios como a falta de um banco de dados genéticos nacional e a necessidade de recursos financeiros. Somente cerca de 70 corpos exumados nos últimos cinco anos foram identificados e entregues às suas famílias, o que representa menos de 1% do total.
O impacto emocional das exumações é profundo, segundo as testemunhas que buscam um fechamento para suas histórias familiares. Conchita, filha de María Jesús, destaca que o processo não é apenas uma busca por restos mortais, mas uma forma de curar feridas históricas. À medida que as exumações avançam, cresce a expectativa de que mais famílias possam finalmente encontrar paz e reconhecer seus entes queridos, resgatando a memória do passado trágico da Espanha.


