Um estudo recente publicado na revista britânica BMJ afirma que não é possível estabelecer um vínculo entre o consumo de paracetamol durante a gravidez e o surgimento de transtornos do espectro autista em crianças. A pesquisa, divulgada em 10 de novembro de 2025, contradiz as alegações do presidente dos Estados Unidos, que sem apresentar evidências, sugeriu a existência dessa relação.
Os autores do estudo destacam que os dados disponíveis são insuficientes para confirmar qualquer conexão entre a exposição ao paracetamol e o autismo ou o transtorno de déficit de atenção com hiperatividade. A pesquisa revisa diversos estudos anteriores, ressaltando que muitos deles apresentaram qualidade baixa, não eliminando outros fatores que poderiam influenciar os resultados, como predisposições genéticas. A Organização Mundial da Saúde também se posicionou, afirmando que não há evidências que sustentem as alegações sobre os riscos do medicamento.
Os especialistas elogiaram a metodologia robusta utilizada na pesquisa da BMJ, que oferece uma visão abrangente do conhecimento atual sobre o tema. O estudo se torna um importante recurso para mulheres grávidas e profissionais de saúde, dado que o paracetamol é frequentemente recomendado como o analgésico seguro durante a gestação. As conclusões podem impactar futuras orientações sobre o uso de medicamentos por gestantes, promovendo um debate mais informado e baseado em evidências.


