Roberto Secemski, economista-chefe do Barclays para o Brasil, destacou que uma combinação de estímulos governamentais e um mercado de trabalho aquecido dificultará a redução da Selic em 2026. Ele revisou a projeção de crescimento do PIB de 1,7% para 2%, atribuindo isso a políticas fiscais expansivas, incluindo a isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil, que, embora fiscalmente neutra, pode impulsionar o consumo.
Secemski mencionou que o governo pode injetar R$ 225 bilhões na economia, proveniente de programas como o Minha Casa, Minha Vida e o novo programa Reforma Casa Brasil. Essa injeção de recursos sugere uma sustentação da economia que pode manter o PIB acima de seu potencial. No entanto, ele também observou que as condições monetárias permanecerão apertadas, limitando o espaço para cortes significativos na taxa de juros.
Apesar das expectativas de um ciclo de afrouxamento restrito, com cortes de 2,25 pontos percentuais na Selic entre março e setembro, o economista adverte que a atividade econômica e a inflação estão se comportando como esperado. A taxa de desemprego estagnou, mas não aumentou, sinalizando uma resiliência no mercado de trabalho que pode complicar futuros cortes na taxa de juros, mantendo a política monetária em um estado de cautela.


