Na Escócia, apenas 421 proprietários detêm metade das terras rurais privadas do país, refletindo uma estrutura de propriedade extremamente desigual. Uma nova proposta legislativa visa desafiar essa realidade, permitindo que o governo escocês intervenha nas vendas de terras e proponha a divisão de grandes propriedades. No entanto, a falta de um veto claro levanta questionamentos sobre a eficácia dessas medidas.
Historicamente, a concentração de terras na Escócia remonta às limpezas das Terras Altas nos séculos XVIII e XIX, que abriram caminho para a apropriação privada. Em contraste, outros países europeus já quebraram grandes propriedades através de impostos e heranças, enquanto a Escócia permanece com uma estrutura quase feudal. Embora a reforma proposta busque democratizar a posse da terra, muitos defensores da medida expressam incertezas quanto à sua implementação real.
As implicações dessa reforma são vastas, afetando a dinâmica da propriedade rural e a justiça social na Escócia. A proposta de um teste de transferência, que requer notificação do governo para vendas de terras acima de 1.000 hectares, é um passo, mas não resolve os problemas de concentração de terras. A adoção de um teste de interesse público, como sugerido anteriormente, poderia garantir uma maior transparência e responsabilidade nas aquisições de grandes compradores.


