Durante a cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da União Europeia, realizada em Santa Marta, Colômbia, o presidente Lula expressou sua oposição ao uso da força militar na América Latina e no Caribe. Em seu discurso, ele fez uma crítica direta às intervenções militares dos Estados Unidos, que justificam suas ações como parte da luta contra o tráfico de drogas. Lula enfatizou a necessidade de que a região permaneça como um espaço de paz, destacando que a violação do direito internacional não é uma solução para os problemas da democracia.
O presidente brasileiro também abordou o tema do combate ao crime organizado, defendendo a cooperação internacional e a necessidade de estrangular o financiamento das facções. Ele ressaltou que a segurança é um dever do Estado e um direito humano fundamental, alertando que nenhum país pode enfrentar esses desafios isoladamente. A declaração vem em um contexto de crescente violência, exemplificada pela megaoperação policial no Rio de Janeiro que resultou em 121 mortes, o que acentua a urgência de uma abordagem mais colaborativa entre os países da região.
Além de criticar a militarização da segurança, Lula também mencionou a crise política e a divisão entre os países latino-americanos, sugerindo que a intolerância e a falta de diálogo são obstáculos ao progresso. Seu pronunciamento ocorre em um momento em que as negociações entre Brasil e Estados Unidos para a redução de tarifas e sanções estão em andamento. O discurso de Lula, portanto, não apenas reflete uma posição crítica em relação a intervenções externas, mas também busca promover uma agenda de integração e cooperação regional.


