A artista senegalesa T.I.E Ngnima Sarr chega à Bahia para apresentar seu projeto ‘Odisseia no Útero’, parte do evento ‘Eu Sou Um Oceano Negro’. A proposta busca reimaginar a história da diáspora negra e sua relação com o corpo feminino, questionando: ‘E se o útero fosse um navio?’. Sarr, que vive na França, utiliza sua arte para dar voz às mulheres afro-descendentes que moldaram esta narrativa.
Durante sua estadia na Bahia, T.I.E se conecta com grupos de mulheres envolvidas em saberes espirituais afro-atlânticos, explorando práticas que transcendem a história da violência colonial. O projeto envolve performance, música e experimentação sonora, promovendo uma reconexão com a ancestralidade. Junto com a artista franco-senegalesa Delphine Diallo, Sarr cria uma instalação que será apresentada na Casa do Benin, sublinhando a importância do diálogo cultural entre as margens do Atlântico.
A exposição destaca a necessidade de uma arte que reflita a profundidade das experiências afro-descendentes. Sarr e Diallo acreditam que a transformação social e artística está ligada ao reconhecimento do feminino e à recuperação da memória ancestral. Com isso, a Bahia é vista como um espaço vital para essa pesquisa, onde a arte se torna um veículo de libertação e reconexão com a história.


