Em 1982, a artista Agnes Denes desafiou a percepção sobre a fome ao plantar 2,2 acres de trigo em uma área abandonada do Battery Park, em Nova York. Este ato simbólico, realizado próximo ao World Trade Center, destacou a contradição de um mundo rico convivendo com a fome. Com a população global projetada para ultrapassar 10 bilhões até 2050, a necessidade de repensar a produção de alimentos se torna urgente.
Atualmente, 2,3 bilhões de pessoas enfrentam insegurança alimentar, uma realidade exacerbada pela pandemia da Covid-19 e eventos climáticos extremos. Denes, reconhecida como uma profetisa da consciência ecológica, já alertava para a fragilidade do sistema alimentar décadas atrás. Ao mesmo tempo, a urbanização crescente indica que mais de dois terços da população mundial viverão em cidades, intensificando a necessidade de soluções inovadoras na agricultura.
A agricultura urbana surge como uma alternativa viável, capaz de proporcionar alimentos frescos e sustentáveis em ambientes urbanos. À medida que os desafios da produção agrícola tradicional se tornam mais evidentes, iniciativas que promovem o cultivo urbano podem ser cruciais para mitigar a crise alimentar que se aproxima. O futuro da alimentação pode depender de quão bem conseguimos integrar a agricultura em nossas cidades.


