Trump reaviva temores com apelo por testes nucleares nos EUA

Fernando Alcântara Mendonça
Tempo: 2 min.

O recente apelo de Donald Trump para que os Estados Unidos retomem os testes de armas nucleares reacende temores sobre uma nova corrida armamentista e destaca um capítulo sombrio da história americana, marcado pelas explosões atômicas nas Ilhas Marshall, no Pacífico. Entre 1946 e 1958, os EUA detonaram 67 bombas nucleares no arquipélago, resultando em consequências devastadoras para a saúde e o meio ambiente das comunidades locais.

Segundo o Instituto de Pesquisa de Energia e Meio Ambiente, o impacto dessas explosões é equivalente a uma bomba de Hiroshima por dia durante 20 anos. A contaminação gerada pelas explosões está associada a aproximadamente 100 mil mortes por câncer e a radiação continua a afetar a vida cotidiana dos ilhéus, comprometendo a produção de alimentos e suas tradições. A estrutura conhecida como “dome”, que abriga resíduos radioativos, apresenta riscos adicionais devido ao aumento do nível do mar, simbolizando a intersecção entre os legados nucleares e a crise climática.

Com o aumento das tensões globais e o ressurgimento do debate sobre testes nucleares, especialistas alertam para os perigos de um retrocesso na política de desarmamento. A Campanha Internacional para Abolir Armas Nucleares destaca que a saúde das populações locais ainda é gravemente afetada, com relatos de deformidades em recém-nascidos. Assim, as Ilhas Marshall permanecem como um lembrete sombrio dos custos da corrida armamentista e da necessidade urgente de uma abordagem responsável para a questão nuclear.

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