Quase um terço do comércio exterior da China é liquidado em yuan, destacando a determinação de Pequim em internacionalizar sua moeda. Desde a crise financeira de 2008/2009, o governo chinês tem trabalhado para reduzir a dependência do dólar americano, com o yuan alcançando 53% das transações internacionais com a China em 2023, uma marca significativa. Apesar desse crescimento, o yuan ainda representa uma fração do comércio global, com 5,8% das transações internacionais, comparado aos 82% do dólar.
A estratégia da China envolve a promoção do yuan em setores como comércio e crédito externo, onde os bancos chineses têm expandido suas operações em moeda chinesa com países em desenvolvimento, como Quênia e Angola. Além disso, a construção de uma arquitetura financeira alternativa ao sistema dominado pelo dólar, como o Sistema de Pagamentos Interbancários Transfronteiriços da China (CIPS), sugere um movimento em direção à autonomia financeira. No entanto, a rígida administração do yuan e a falta de convertibilidade absoluta limitam seu potencial de se tornar uma moeda financeira dominante.
Os desafios enfrentados pelo yuan incluem a necessidade de fortalecer a economia interna da China e a construção de confiança entre os parceiros comerciais. A atual dependência da China em exportações, agravada por um consumo interno fraco e a guerra tarifária com os Estados Unidos, pode dificultar a expansão do comércio em yuan. Assim, o sucesso da estratégia de internacionalização do yuan depende não apenas da influência econômica da China, mas também da capacidade de garantir um ambiente de negócios mais transparente e confiável.


