O mercado de escritórios corporativos em São Paulo apresenta uma divisão clara entre suas regiões, com a Faria Lima desfrutando de alta demanda e aluguéis robustos, enquanto a Marginal do Pinheiros, especificamente o eixo Chucri Zaidan, lida com alta vacância e desafios de precificação. Executivos do setor, como Ricardo Almendra, CEO da RBR Asset, destacam que essa diferença reflete a competição por espaço na Faria Lima e a pressão da oferta na Marginal, onde novos empreendimentos estão previstos para aumentar o estoque de imóveis disponíveis.
A situação na Marginal do Pinheiros é preocupante, com novas construções previstas que podem adicionar entre 200 mil m² e 500 mil m² ao mercado nos próximos anos. O cenário é complicado pela alta taxa de vacância e pela taxa Selic elevada, que inviabiliza novos projetos fora dos eixos premium. O custo de construção, que varia entre R$ 12 mil e R$ 15 mil por m², torna difícil para muitos empreendedores rentabilizarem seus investimentos, mesmo que consigam terrenos gratuitos.
Além disso, a dinâmica de vacância também influencia o mercado, onde a presença de edifícios vazios pode criar pressão significativa sobre os preços. A situação atual sugere que, sem uma correção nos aluguéis, a recuperação do setor imobiliário em São Paulo pode demorar mais para ocorrer. A análise dos especialistas indica que a manutenção dessa divisão pode ter repercussões de longo alcance na economia local e no desenvolvimento urbano da cidade.

