Boulos afirma incorretamente sobre risco-país do Brasil e México

Fernando Alcântara Mendonça
Tempo: 2 min.

O ministro Guilherme Boulos, da Secretaria Geral da Presidência da República, fez declarações controversas em 3 de novembro de 2025, durante evento em Brasília. Ele comparou o risco-país do Brasil ao do México, afirmando que o primeiro seria dez vezes menor, o que foi desmentido por dados recentes que mostram que o risco do México é, na verdade, inferior ao do Brasil, com 93,50 pontos contra 140,81 pontos. Além disso, Boulos comparou as taxas de juros dos dois países, errando ao afirmar que a Selic era cinco vezes maior que a taxa mexicana, que é de 7,5%.

Os dados do Credit Default Swap (CDS) demonstram que o Brasil apresenta uma percepção de risco maior, o que poderia impactar a confiança dos investidores. A taxa Selic, atualmente em 15% ao ano, é uma das mais altas do mundo, o que levanta preocupações sobre a competitividade da indústria nacional. Boulos criticou a política monetária atual, sugerindo que a manutenção de juros elevados é insustentável para o desenvolvimento econômico do país.

As declarações de Boulos podem gerar desconfiança em relação à gestão econômica do governo atual e influenciar as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) nas próximas reuniões. A manutenção da taxa Selic em níveis elevados pode ser um tema recorrente nas discussões sobre a saúde econômica do Brasil. O Poder360 busca um posicionamento oficial da Secretaria Geral da Presidência sobre as afirmações do ministro, que ainda não se manifestou.

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