Em outubro de 2025, a Confederação Nacional do Comércio (CNC) revelou que 79,5% das famílias brasileiras estão endividadas, o maior percentual já registrado. O estudo, parte da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, também apontou que 13,2% dos entrevistados afirmaram não ter condições de quitar suas dívidas em atraso, um novo recorde que acende alertas sobre a saúde financeira das famílias.
O relatório destaca que o comprometimento da renda com dívidas alcançou 29,6%, o mais alto desde maio, com 19,1% das famílias comprometendo mais da metade de sua renda. O crescimento do endividamento se intensificou especialmente entre aquelas com renda de 5 a 10 salários mínimos, indicando que o problema não se restringe apenas aos grupos mais vulneráveis. Essa situação pode influenciar negativamente o consumo, uma vez que famílias já sobrecarregadas têm pouco espaço para novos gastos.
As projeções da CNC para o final de 2025 sugerem um aumento significativo no endividamento e na inadimplência em comparação com o ano anterior. Especialistas alertam que, enquanto o crédito ao consumidor é um motor para o varejo, a elevação da inadimplência pode levar a uma desaceleração econômica abrupta. A percepção de que não é um bom momento para adquirir bens duráveis também caiu, o que pode indicar uma retração futura no consumo.