A produção da indústria brasileira registrou uma queda de 0,4% na comparação entre agosto e setembro de 2025, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este resultado reverte parte do avanço de 0,7% observado em agosto e contrasta com um crescimento de 2% em relação a setembro do ano anterior. A indústria permanece 2,3% acima dos níveis pré-pandemia, mas está 14,8% abaixo do pico alcançado em maio de 2011.
Segundo a pesquisa, 12 das 25 atividades industriais analisadas apresentaram recuo, com os maiores destaques negativos nas áreas de produtos farmacêuticos, indústrias extrativas e veículos automotores. Por outro lado, os setores de produtos alimentícios, do fumo e de madeira mostraram crescimento. A combinação de juros elevados e um recente tarifaço imposto pelos Estados Unidos contribui para a desaceleração da produção, levando as empresas a adiar investimentos e as famílias a postergar decisões de consumo.
A taxa Selic, atualmente em 15% ao ano, é a mais alta desde 2006 e visa conter a inflação, que está acima do teto da meta do governo. Essa política monetária, embora necessária para controlar a inflação, pode dificultar a geração de empregos e o crescimento econômico. Com o tarifaço americano, as indústrias brasileiras enfrentam um novo desafio, tornando as negociações comerciais entre Brasil e Estados Unidos ainda mais urgentes.

