Atrasos nos pagamentos afetam 77% das empresas na América Latina em 2025

Fernando Alcântara Mendonça
Tempo: 2 min.

Uma pesquisa realizada pela Coface indicou que 77% das empresas na América Latina relataram atrasos nos pagamentos em 2025, um aumento expressivo em comparação aos 51% registrados no ano anterior. O estudo, realizado entre setembro e outubro, incluiu 304 companhias de seis países: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador e Peru. A economista Patrícia Krause destacou que a situação é particularmente grave no Brasil, Argentina e Equador, onde as empresas enfrentam dificuldades crescentes para receber pagamentos.

O Brasil, que respondeu por 42% da amostra da pesquisa, apresentou o maior prazo médio de pagamento da região, com 66 dias, superando a média latino-americana de 59 dias. As empresas têm adotado prazos mais longos para manter as vendas em um cenário de crédito elevado e demanda em queda. Apesar da piora, a pesquisa também revelou que a duração dos atrasos diminuiu, passando de 52 para 42 dias, o que pode indicar uma gestão de crédito mais eficiente por parte das empresas.

As causas citadas para o aumento dos atrasos incluem a intensa competição e a desaceleração da demanda, além de juros altos que impactam o custo financeiro das empresas. A pesquisa também revelou que 30% das empresas mencionaram as tarifas norte-americanas como um fator relevante para os atrasos. Para o futuro, a maioria das empresas manifesta um otimismo cauteloso, esperando melhorias em suas operações, à medida que a expectativa de redução gradual das taxas de juros traz alguma esperança de recuperação econômica.

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