Na semana passada, o Rio de Janeiro foi palco da operação policial mais letal já registrada no Brasil, resultando em 121 mortes. A ação, que mobilizou cerca de 2,5 mil policiais nos Complexos da Penha e do Alemão, impactou gravemente a rotina das comunidades, com a suspensão de aulas em 48 escolas e o fechamento de uma unidade de saúde. A deputada federal Benedita da Silva destacou os efeitos devastadores dessa violência sobre as famílias e crianças inocentes.
Além das consequências imediatas, o impacto a longo prazo é alarmante. Um estudo revelou que, em média, uma criança de comunidade pode perder até um ano e meio de aula devido a operações policiais, enquanto a vacinação infantil despenca em dias de operação. Os dados indicam que, em dias com operações, a vacinação cai cerca de 90%, evidenciando a relação direta entre a violência armada e a saúde pública.
Diante desse cenário, especialistas pedem uma revisão das políticas de segurança que priorizam ações violentas em detrimento da proteção das crianças e da saúde coletiva. A continuidade de operações policiais sem considerar os impactos sociais e educacionais pode comprometer o futuro de milhares de jovens e agravar a situação nas comunidades. É urgente que as autoridades adotem abordagens que promovam a cidadania e a segurança de forma eficaz e humana.

