Comunidades tradicionais do Cerrado maranhense enfrentam conflitos fundiários, com pressão para reduzir suas terras a 50 hectares. Na região do Vão do Uruçu, mais de 20 famílias se reuniram com uma advogada para discutir suas dificuldades, temendo a grilagem de terras por grupos interessados na produção de soja. A situação é agravada pelo histórico de violência e intimidação que permeia a área, onde as comunidades vivem sob constante ameaça.
O Maranhão é o estado brasileiro com o maior número de conflitos agrários, com 420 ocorrências registradas em 2024, segundo a Comissão Pastoral da Terra. Os moradores relatam ameaças de violência e a presença de grileiros, que buscam tomar suas terras para a expansão da agricultura. A advogada Rosane Ibiapino enfatiza que essas famílias têm direitos garantidos por lei, mas a falta de documentação as torna vulneráveis a ações de despejo.
O governo do Maranhão lançou o Programa Paz no Campo, visando regularizar terras e reduzir conflitos. Apesar das iniciativas, a pressão por expansão agrícola continua a gerar tensões nas comunidades. A situação das famílias do Vão do Uruçu exemplifica a luta pela terra e a necessidade urgente de soluções eficazes para proteger os direitos dos posseiros e a preservação do Cerrado.

