A polícia da Itália anunciou a apreensão de cerca de 1,3 bilhão de euros, equivalente a US$ 1,5 bilhão, em ativos da Lagfin, empresa controladora da fabricante de bebidas Campari. A medida foi solicitada pelo Ministério Público e autorizada pela Justiça italiana, no contexto de uma investigação sobre suposta fraude fiscal envolvendo a holding. Os promotores alegam que a Lagfin não pagou impostos sobre ganhos de capital gerados na transferência de ativos para o exterior.
A investigação foca na Lagfin, sediada em Luxemburgo, que teria transferido sua gestão para fora da Itália, resultando em obrigações fiscais não cumpridas. Os promotores indicam que a reorganização da empresa gerou aproximadamente 5,3 bilhões de euros em ganhos, que não foram devidamente tributados. Em resposta, a Lagfin declarou que a investigação refere-se a uma disputa fiscal de longa data, sem envolvimento da Campari, e afirmou estar em conformidade com a legislação tributária italiana.
A apreensão dos ativos levanta questões sobre as estratégias fiscais de grandes corporações e o impacto das legislações internacionais sobre elas. A Lagfin, que controla mais de 80% das ações da Campari, garante que sua posição acionária não será afetada pela ação da polícia. A Campari, uma das maiores empresas de bebidas do mundo, ainda não se pronunciou oficialmente sobre os desdobramentos da investigação envolvendo sua controladora.


