O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), descreveu como ‘trágica’ a recente operação policial que resultou na morte de 119 pessoas no Rio de Janeiro. Sua declaração ocorreu durante uma sessão da Corte, onde se discutia a responsabilidade do Estado em casos de violência policial. Essa megaoperação, que ocorreu na Zona Norte da cidade, é considerada a mais letal da história do Brasil, superando eventos anteriores marcantes como o massacre do Carandiru em 1992.
Dino, que é relator de um processo que examina a responsabilidade civil do Estado por danos causados por forças policiais, destacou a necessidade de avaliar os contextos em que essas ações ocorrem. Ele enfatizou que o julgamento não é uma questão de apoiar ou criticar a polícia como instituição, mas de compreender as nuances que envolvem as atividades policiais. A operação foi realizada sob a justificativa do combate ao narcotráfico, mas gerou críticas de entidades de direitos humanos sobre a banalização do uso da força letal.
As repercussões da operação e das declarações de Dino podem impactar a percepção pública sobre as práticas policiais no Brasil e a forma como o Estado é responsabilizado por atos de violência. O governo estadual, por sua vez, defendeu a ação como uma medida necessária, mas o alto número de mortos levanta questões sobre a eficácia e a ética dessas operações. O debate sobre segurança pública e direitos humanos no país continua a ser um tema central nas discussões políticas e sociais.