O crédito rural voltado para a sustentabilidade no Brasil atingiu R$ 19 bilhões no primeiro trimestre do Plano Safra 2025/26, apresentando uma queda de R$ 5 bilhões em comparação ao mesmo período do ano anterior. A consultoria Agroicone, responsável pelo levantamento, indicou que a proporção de financiamentos sustentáveis recuou de 22,8% para 22,6%, marcando a primeira redução desde o início do estudo. Essa diminuição é atribuída principalmente ao aumento das taxas de juros e ao impacto desse cenário sobre o endividamento dos tomadores de crédito.
Os dados revelam que o financiamento para investimento destinado a médios e grandes produtores foi o mais afetado, com uma drástica redução de 50%, caindo de R$ 7,2 bilhões para R$ 3,6 bilhões. Em contrapartida, o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) apresentou um leve crescimento de 1,8%, mantendo-se em R$ 1,61 bilhão. Segundo os pesquisadores, essa tendência sinaliza uma diminuição das intervenções sustentáveis no crédito rural, o que levanta preocupações sobre o futuro do financiamento climático na agropecuária brasileira.
Adicionalmente, a queda geral no crédito é atribuída ao cenário de alta dos juros e exigências mais rigorosas por parte das instituições financeiras, resultando em um endividamento crescente entre os agricultores. O levantamento indicou uma queda significativa nos recursos para investimento, que recuaram 39,7% em relação ao ano anterior, e um decréscimo de 80% no valor contratado para um produto específico. Esses dados ressaltam a necessidade urgente de reavaliação das políticas de crédito rural sustentável para garantir a viabilidade financeira dos produtores.

