Racismo na política britânica: a nova normalidade do discurso

Jackelline Barbosa
Tempo: 1 min.

Em meio ao populismo e ao nativismo britânico, a discussão sobre racismo na política ganhou novos contornos. O secretário de Justiça substituto, Robert Jenrick, gerou polêmica ao afirmar que não viu outra pessoa branca em Handsworth, Birmingham. Apesar da expectativa de que isso afetaria sua carreira política, o tempo demonstrou que suas palavras não tiveram consequências significativas.

A falta de repercussão em relação às declarações de Jenrick indica uma mudança nas normas que regem o discurso racial no Reino Unido. Ao fazer uma afirmação tão explícita, ele testou os limites da aceitação pública, que agora parece permitir comentários desinibidos sobre raça. A reação de seus colegas, como a de Katie Lam, que sugeriu a deportação de famílias legalmente estabelecidas, evidencia que essa nova postura já é abraçada por outros membros do Partido Conservador.

Essas dinâmicas levantam preocupações sobre o futuro da discussão racial na esfera pública britânica. Com a erosão das normas que anteriormente protegiam a dignidade do discurso racial, a sociedade deve se perguntar até onde essa nova aceitação pode levar. O cenário sugere que as vozes críticas e as lutas por igualdade podem enfrentar desafios ainda maiores à medida que o discurso se radicaliza.

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