Pesquisadores da USP identificam radioatividade de testes nucleares em SP

Fernando Alcântara Mendonça
Tempo: 2 min.

Uma pesquisa de mestrado da Universidade de São Paulo (USP) revelou a presença de resíduos radioativos em ambientes pouco alterados pela ação humana, especificamente no interior do estado de São Paulo. Os pesquisadores encontraram indícios de testes nucleares realizados na década de 1960, que podem servir como marcadores da ação humana no que é conhecido como Antropoceno. Essa pesquisa é um passo importante para entender o impacto global das atividades humanas nos ecossistemas naturais.

Os testes nucleares, ocorridos principalmente entre 1953 e 1962, foram uma preocupação global, com impactos ambientais que se estenderam a diversas regiões, incluindo o Brasil. O estudo, conduzido por Breno Rodrigues, focou no Rio Ribeira, uma área com baixa ocupação urbana, permitindo uma análise mais precisa da radioatividade sem contaminações externas. A pesquisa evidenciou que, embora a radioatividade encontrada não represente riscos à saúde, ela conta uma história significativa sobre os efeitos da Guerra Fria sobre o meio ambiente.

Os resultados da pesquisa indicam que a distribuição do Césio-137 nos sedimentos do Rio Ribeira é influenciada pela dinâmica fluvial, refletindo a interação entre a chuva radioativa e os processos naturais do rio. A continuidade do estudo, agora sob a supervisão de Rodrigues como doutorando, promete aprofundar o entendimento sobre esses fenômenos e sua relevância para a história ambiental. O foco em ambientes preservados é essencial para evitar interferências de outras fontes de contaminação, garantindo a precisão dos dados obtidos.

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