A cidade de Brasília, inaugurada durante o governo de Juscelino Kubitschek, pode ter contribuído para a atual deterioração do Congresso Nacional. A transferência da capital para o Planalto Central, embora vista como um símbolo de modernidade, não refletiu grandes transformações sociais. Naquela época, o Brasil se destacava no cenário global, alinhando-se à ideologia do desenvolvimento que caracterizava os países emergentes.
A mudança para Brasília representou uma reorganização simbólica, um marketing do impulso industrialista da burguesia nacional. No entanto, essa nova configuração política parece não ter gerado os efeitos esperados na qualidade da representação legislativa. O apogeu do princípio anticolonial promovia a autonomia dos povos periféricos, mas o impacto real dessa ideologia na política interna permanece questionável.
Os desdobramentos atuais sugerem uma possível crise de legitimidade e eficácia nas instituições políticas. A relação entre a urbanidade da nova capital e a qualidade do debate político no Congresso é um tema que merece aprofundamento. Assim, a análise crítica desse fenômeno pode oferecer insights valiosos sobre a dinâmica política contemporânea do Brasil.

