A adultização da infância, fenômeno crescente em nossa sociedade, evidencia a infantilização coletiva que estamos vivendo. Ao priorizar a eficiência e o desempenho, as crianças são privadas de momentos de imaginação e devaneio, sendo atraídas pelo brilho das telas digitais, que dominam suas atenções. Essa mudança gera adultos que, muitas vezes, apresentam traumas e ansiedades, necessitando de validação constante e incapazes de encontrar paz em momentos de silêncio.
A dependência das tecnologias e a pressão social para se destacar têm levado a uma desconexão significativa do mundo interior. As crianças, que deveriam explorar a criatividade e a reflexão, são bombardeadas por estímulos incessantes, resultando em uma geração que, embora esteja sempre conectada, se sente cada vez mais solitária e inquieta. Essa dinâmica não apenas afeta o desenvolvimento individual, mas também tem implicações profundas na sociedade como um todo, que parece perder a capacidade de estar presente.
O desafio agora é resgatar o equilíbrio entre a tecnologia e a necessidade de momentos de introspecção. É fundamental promover uma abordagem que valorize o tempo de desconexão e a simplicidade da presença, essenciais para o desenvolvimento emocional e social. Se não enfrentarmos essa questão, corremos o risco de perpetuar um ciclo vicioso de ansiedade e desconexão, que pode ter consequências duradouras para as futuras gerações.

