Brasil registra déficit externo de US$ 9,8 bilhões em setembro de 2025

Fernando Alcântara Mendonça
Tempo: 2 min.

Em setembro de 2025, as contas externas do Brasil apresentaram um saldo negativo de US$ 9,774 bilhões, conforme divulgado pelo Banco Central nesta sexta-feira (24). Este montante representa um aumento significativo em comparação ao déficit de US$ 7,383 bilhões registrado no mesmo mês de 2024, refletindo uma deterioração nas transações correntes. A principal causa para essa piora se deve à queda de US$ 2,2 bilhões no superávit comercial e ao aumento de US$ 946 milhões no déficit em renda primária, que inclui pagamentos de juros e lucros a investidores estrangeiros.

O cenário das exportações e importações também revela desafios, com as exportações totalizando US$ 30,686 bilhões em setembro, enquanto as importações alcançaram US$ 28,362 bilhões, um recorde devido à aquisição de uma plataforma de petróleo de US$ 2,4 bilhões. A balança comercial fechou com um superávit de US$ 2,324 bilhões, mas o déficit na conta de serviços aumentou para US$ 4,904 bilhões, refletindo o impacto das despesas com viagens internacionais e outros serviços. Apesar desses desafios, o Banco Central observa que o déficit está sendo financiado por investimentos diretos de longo prazo, que são considerados de boa qualidade.

Além disso, o déficit em renda primária alcançou US$ 7,635 bilhões, um aumento de 14,1% em relação ao ano anterior, e a conta de renda secundária apresentou um superávit de US$ 441 milhões. Os investimentos diretos no país em setembro foram de US$ 10,671 bilhões, superando os US$ 3,861 bilhões de setembro de 2024. Esses dados indicam que, apesar do déficit nas contas externas, o Brasil continua atraindo capital estrangeiro, o que é crucial para sustentar a economia em um cenário desafiador.

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