O fenômeno do ‘italian sounding’, que se refere a produtos com nomes que parecem italianos mas não são, vem ganhando destaque nas prateleiras de supermercados de São Paulo e de todo o Brasil. Com denominações como ‘reggianito’ e ‘grana padano’, esses produtos levantam preocupações sobre a autenticidade e a qualidade, dificultando a escolha do consumidor. O comissário de Agricultura da União Europeia, Christophe Hansen, anunciou a intenção de assinar um acordo com o Mercosul até dezembro, que pretende abordar essa questão.
Durante uma missão em São Paulo, Hansen enfatizou que o acordo não será uma liberalização sem regras, prometendo rigor na proteção das tradições alimentares europeias. O acordo prevê a proteção de 344 produtos da União Europeia contra imitações, sendo 57 deles italianos. Apesar de algumas oportunidades de mercado, agricultores italianos expressam ceticismo, temendo que setores como açúcar e carne bovina sejam prejudicados em decorrência do acordo.
A análise de dados da Coldiretti revela um aumento nas importações italianas do Mercosul, enquanto as exportações de produtos italianos para a América do Sul caíram. O acordo também promete a eliminação gradual de tarifas sobre produtos agroalimentares, o que pode beneficiar diretamente setores como o de queijos. Contudo, a resistência de alguns segmentos pode complicar as negociações e a implementação do acordo, destacando a necessidade de um equilíbrio entre proteção e oportunidade comercial.

