As eleições legislativas na Argentina, marcadas para domingo (26), representam um desafio significativo para o governo de Javier Milei. O pleito determinará a composição de metade das cadeiras na Câmara dos Deputados e um terço do Senado, sendo crucial para a estabilidade política do país. O contexto é agravado pelo acordo de swap cambial de US$ 20 bilhões com os Estados Unidos, que condiciona o apoio financeiro à vitória do partido de Milei.
O acordo tem gerado críticas tanto da oposição argentina quanto de membros do Partido Republicano nos EUA. A situação é ainda mais complexa devido à resistência de setores do agronegócio americano, que se opõem ao aumento das importações de carne argentina. Além disso, pesquisas indicam que, mesmo com um desempenho expressivo, o partido de Milei pode não garantir uma maioria absoluta, o que exigirá alianças para a aprovação de projetos.
A Argentina enfrenta um cenário econômico desafiador, com a necessidade de pagar ou renovar US$ 20 bilhões em dívidas em 2026 e gastos significativos do Banco Central para manter a taxa de câmbio. Especialistas alertam que a estratégia de controle cambial, que até agora sustentou a popularidade do governo, pode estar se esgotando. Sem ajustes nessa política, a sustentabilidade econômica do país pode estar comprometida, impactando diretamente a governabilidade de Milei.