A uva brasileira tem enfrentado desafios significativos devido às tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos desde agosto, afetando a competitividade dos exportadores. Segundo Isabela Ferraz, analista do Cepea, o mercado norte-americano, que era um importante destino para algumas variedades, praticamente se fechou, representando um dos momentos mais desafiadores da última década para o setor.
Embora a receita total tenha caído em 22%, o volume exportado aumentou cerca de 50%, com mercados alternativos, como Argentina, Reino Unido e Países Baixos, absorvendo parte da produção. Ferraz destacou que as vendas para a Argentina cresceram, tornando-se o principal destino, apesar da queda nos preços e margens de lucro. O setor se mostrou resiliente, redirecionando suas vendas para minimizar os impactos das tarifas.
Para o futuro, espera-se que o setor adote uma abordagem mais estratégica, focando na diversificação de mercados e fortalecimento de parcerias comerciais. A especialista também mencionou a incerteza em relação ao papel do governo no redirecionamento do excedente, com produtores e exportadores liderando essa busca por novos mercados. A expectativa é que, em 2026, haja uma mudança nas estratégias de investimento e produção, priorizando variedades já consolidadas.


