A Instituição Fiscal Independente (IFI) anunciou que o projeto de isenção do Imposto de Renda para contribuintes com rendimentos de até R$ 5 mil mensais, aprovado pela Câmara dos Deputados, acarretará um impacto fiscal negativo de R$ 1 bilhão por ano. O governo havia projetado inicialmente um superávit de R$ 9 bilhões, mas as modificações realizadas no texto durante a tramitação resultaram em um déficit. O relatório da IFI, divulgado em outubro de 2025, detalha essas mudanças e suas consequências financeiras.
O projeto também estabelece um imposto mínimo de 10% para rendas acima de R$ 1,2 milhão anuais, como forma de compensar a perda de arrecadação gerada pela isenção. Contudo, a exclusão de novas fontes de receita no imposto mínimo, conforme discutido na comissão especial da Câmara, diminuiu a capacidade de compensação, levando a uma revisão do superávit para R$ 4,3 bilhões antes que o texto fosse aprovado no plenário, resultando no déficit mencionado. A IFI ressaltou a necessidade de monitorar as medidas compensatórias para garantir a neutralidade fiscal desejada.
Renan Calheiros, relator do projeto no Senado, cobrou do governo um relatório sobre os impactos orçamentários decorrentes das modificações feitas na Câmara. Ele expressou a intenção de que o texto aprovado não retorne à Câmara, o que poderia ocorrer caso novas mudanças sejam introduzidas. Calheiros enfatizou a importância da colaboração do governo para assegurar que a proposta mantenha sua integridade e eficácia fiscal, defendendo um debate responsável sobre o assunto.

