Assaí e Carrefour sinalizam desafios no varejo alimentar

Fernando Alcântara Mendonça
Tempo: 2 min.

O Assaí divulgou na última quarta-feira (22) a prévia operacional referente ao terceiro trimestre de 2025, evidenciando uma abordagem focada na alavancagem e fluxo de caixa, em vez do crescimento de vendas. Essa estratégia se distancia do padrão habitual entre os varejistas, que geralmente destacam o desempenho de lojas comparáveis. A empresa projetou uma relação de dívida líquida sobre EBITDA em torno de 2,6 vezes ao final do ano, mas a expectativa de fluxo de caixa de R$ 423 milhões ficou aquém da previsão de R$ 573 milhões do JPMorgan.

Além disso, o desempenho do Carrefour no Brasil, que registrou um crescimento modesto de 1,3% nas vendas de lojas comparáveis, acentua a cautela no setor. A falta de comentários do Assaí sobre faturamento e a fraca geração de caixa adicionam incertezas ao quadro de investimentos. O Itaú BBA e o BTG também apontaram que a alavancagem e o EBITDA do Assaí estão abaixo das expectativas, o que sugere um cenário complicado para o varejo alimentar nos próximos meses.

Diante desse contexto, o mercado observa com atenção a evolução das vendas e a resposta das empresas às condições desafiadoras. A inflação de alimentos em desaceleração e o comportamento do consumidor, que tende a optar por produtos mais acessíveis, pressiona ainda mais as estimativas de vendas. Assim, tanto o Assaí quanto o Carrefour devem enfrentar desafios significativos ao longo do próximo ano, com a expectativa de que a cautela prevaleça nas decisões de investimento no setor.

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