Na noite de 20 de outubro, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do INSS foi palco de um acalorado debate entre o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) e a senadora Damares Alves (Republicanos-DF). A discussão se concentrou nas alegações de irregularidades relacionadas ao programa Pátria Voluntária, coordenado pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Pimenta acusou o ex-presidente Jair Bolsonaro de utilizar sua posição política para beneficiar familiares, trazendo à tona um relatório do Tribunal de Contas que levanta questionamentos sobre os gastos do programa.
Durante a reunião, Pimenta afirmou que milhões de reais do programa teriam desaparecido, enquanto Damares se defendeu, chamando de imprudente a crítica ao caráter de Michelle. A senadora interrompeu várias vezes o deputado, defendendo a idoneidade da ex-primeira-dama e insistindo que as alegações de Pimenta eram infundadas. O clima tenso levou o presidente da CPMI, Carlos Viana, a pedir que ambos os parlamentares se acalmassem, refletindo a polarização política que caracteriza o cenário atual no Brasil.
O incidente sublinha a crescente tensão entre os partidos, especialmente no contexto das investigações que envolvem membros da administração anterior. As declarações de Pimenta, baseadas em auditorias, podem resultar em desdobramentos legais e políticos, questionando a efetividade da supervisão de programas sociais e a responsabilidade dos ex-gestores. Este embate não só destaca as divisões ideológicas no Congresso, mas também pode influenciar a percepção pública sobre o legado da gestão Bolsonaro.


