Treze trabalhadores foram resgatados em condições análogas à escravidão em uma fazenda de café localizada em Santo Antônio da Alegria, interior de São Paulo. A operação, realizada entre 22 de agosto e 6 de setembro pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Ministério Público do Trabalho (MPT) e Polícia Militar, revelou graves irregularidades no local. O motorista responsável pelo transporte dos trabalhadores tentou dificultar a ação fiscalizatória ao se recusar a fornecer informações sobre a propriedade rural.
Durante a fiscalização, foram constatadas diversas violações trabalhistas, como ausência de registro em carteira, falta de equipamentos de proteção individual (EPI), alojamentos precários sem camas ou armários, ausência de instalações sanitárias e fornecimento inadequado de água potável. Os trabalhadores, oriundos da Paraíba, Bahia, Maranhão e Ceará, relataram que precisavam comprar materiais básicos com recursos próprios e viviam sob ameaças constantes de despejo. Entre eles havia um adolescente de 15 anos.
O empregador firmou um Termo de Ajuste de Conduta comprometendo-se a pagar verbas rescisórias, indenizações individuais e custear o retorno dos trabalhadores aos seus estados de origem. A investigação prossegue com a elaboração dos autos de infração e encaminhamento dos autos para a Polícia Federal e Ministério Público Federal para apuração criminal. O caso evidencia a persistência de práticas análogas à escravidão no setor agrícola brasileiro.