O fenômeno climático La Niña pode se instalar a partir de outubro, conforme indicam as recentes variações de temperatura no Oceano Pacífico Equatorial. Segundo a Agência Meteorológica dos Estados Unidos (NOAA), a temperatura do mar na região central do Pacífico atingiu -0,5 °C na última semana de setembro, limite que caracteriza o resfriamento típico da La Niña. Contudo, para confirmação, é necessário que essa condição se mantenha por pelo menos quatro semanas consecutivas. Atualmente, a situação é considerada neutra, com 71% de chance de continuidade do cenário nas próximas semanas.
La Niña é um fenômeno oceânico-atmosférico que provoca resfriamento anormal das águas superficiais do Pacífico, influenciando as condições climáticas globais, especialmente chuvas e temperaturas. No Brasil, os efeitos variam regionalmente: o Sul tende a enfrentar redução e irregularidade das chuvas, com risco de estiagem e temperaturas elevadas; o Nordeste pode registrar aumento significativo das precipitações, com possibilidade de inundações e erosões; já o Sudeste deve apresentar redução das chuvas devido ao deslocamento do corredor de umidade para o norte.
Essas alterações climáticas podem acarretar prejuízos socioeconômicos importantes. A estiagem no Sul pode comprometer a agricultura local, enquanto o excesso de chuvas no Nordeste pode causar transtornos urbanos. Além disso, a redução das chuvas impacta os reservatórios das hidrelétricas, elevando a dependência das termelétricas mais caras e refletindo no aumento da conta de energia elétrica. Estudos indicam que eventos como La Niña podem se tornar mais frequentes e intensos nas próximas décadas devido às mudanças climáticas.