O governo grego apresentou um projeto de lei que flexibiliza a jornada de trabalho, autorizando até 13 horas diárias em até 37 dias por ano. A proposta, defendida pela ministra do Trabalho, Niki Kerameos, visa adaptar a legislação às necessidades das empresas e garantir maior flexibilidade para empregadores e empregados. Em resposta, sindicatos convocaram uma greve geral em 1º de maio, afetando transportes e mobilizando trabalhadores em cidades como Atenas e Tessalônica.
A reforma também prevê férias flexíveis, uso de aplicativo para controle da disponibilidade dos funcionários e possibilidade de jornada semanal de quatro dias com 40 horas. Apesar da justificativa oficial de que as horas extras serão voluntárias, especialistas apontam que a pressão sobre os trabalhadores pode ser grande, comprometendo a produtividade e o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. A Grécia já possui uma das jornadas anuais mais longas da União Europeia, com baixos salários e alta incidência de múltiplos empregos.
Os sindicatos criticam duramente o projeto, defendendo a redução da jornada para 37,5 horas semanais e alertando para os riscos de exaustão e queda na qualidade de vida dos trabalhadores. A proposta contraria tendências europeias que buscam diminuir o tempo de trabalho. O debate promete intensificar-se no Parlamento Helênico, com possíveis impactos sociais e econômicos significativos para o país.

