O solo do Irã está afundando a uma velocidade alarmante, superior a dez milímetros por ano, segundo pesquisa da Universidade de Leeds, no Reino Unido. A área afetada corresponde a 31,4 mil quilômetros quadrados, equivalente ao território da Bélgica, e coloca em risco cerca de 650 mil habitantes. O levantamento utilizou dados da constelação de satélites Sentinel-1 da Agência Espacial Europeia para mapear as mudanças no nível do solo entre 2014 e 2022.
O fenômeno, conhecido como subsidência, ocorre principalmente devido ao esgotamento dos aquíferos subterrâneos, intensificado pela extração excessiva de água para irrigação agrícola. Regiões próximas a cidades como Rafsanjan, onde plantações de pistache demandam grande volume de água, apresentam riscos ainda maiores, com projeções de afundamento entre três e quatro metros na próxima década. Cidades importantes como Teerã, Karaj, Mashhad, Isfahan e Shiraz também são afetadas pelo problema.
Além dos impactos locais, a subsidência pode causar fissuras e instabilidade estrutural em edifícios, estradas e ferrovias, comprometendo a segurança e a infraestrutura urbana. A perda irreversível de aquíferos reduz a capacidade de armazenamento de água doce, agravando a escassez hídrica e a insegurança alimentar. O caso do Irã se soma a outras regiões do mundo que enfrentam desafios semelhantes, como Cidade do México e Vale Central da Califórnia, evidenciando uma ameaça global crescente.