A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (1º) o projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para pessoas físicas com renda mensal de até R$ 5 mil. A proposta, aprovada por unanimidade com 493 votos favoráveis, também estabelece desconto para quem ganha até R$ 7.350 e prevê uma taxação adicional sobre os mais ricos para compensar a perda de arrecadação. O texto segue agora para análise do Senado Federal e, se aprovado, será sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para vigorar a partir de 1º de janeiro de 2026.
Atualmente, estão isentos do IR apenas os contribuintes com renda mensal de até R$ 3.036. Com a nova regra, quem recebe até R$ 5 mil terá direito a um desconto mensal que zera o imposto devido, enquanto quem ganha entre R$ 5.000,01 e R$ 7.350 receberá um desconto parcial. O governo estima que mais de 26,6 milhões de brasileiros serão beneficiados pela medida. Para compensar o impacto fiscal estimado em R$ 25,8 bilhões, o projeto cria uma alíquota progressiva de até 10% sobre rendimentos anuais superiores a R$ 600 mil, sem alterar a tributação máxima atual.
A aprovação do projeto representa uma vitória política importante para o governo Lula, reforçando sua agenda em defesa da classe média. Aliados avaliam que a medida pode ser usada como argumento eleitoral em 2026, ano em que o presidente poderá disputar a reeleição. Além disso, a nova tributação deve gerar recursos adicionais para compensar reduções previstas na Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), parte da reforma tributária em andamento.