O Reino Unido tem registrado um crescimento expressivo de grupos nacionalistas radicais, impulsionado pelo Brexit e pela crise migratória na Europa. Especialistas entrevistados pelo podcast Mundioka, da Sputnik Brasil, destacam que a direita radical fortaleceu discursos anti-imigração e anti-Islã, especialmente na Inglaterra, onde esses movimentos ganharam apoio político e social significativo.
Segundo Alexandre de Almeida, historiador e membro do Observatório da Extrema Direita (OED), o fenômeno é resultado da normalização do discurso de ódio e do extremismo, associado a uma cultura que enaltece a superioridade inglesa. Ele explica que a ação metapolítica busca influenciar instituições públicas para disseminar essas ideias. O mito da substituição populacional, que sugere um suposto genocídio branco, é amplificado pelas redes sociais, alimentando o medo contra imigrantes e muçulmanos.
Vinicius Bivar, professor da Universidade de Brasília e também membro do OED, ressalta que esses grupos defendem não apenas o combate à imigração ilegal, mas também a deportação de imigrantes legais e a retirada da cidadania de naturalizados. Apesar das contradições na opinião pública, o governo britânico reconhece a importância dos imigrantes para setores econômicos essenciais, como indústria e construção civil, em meio ao envelhecimento populacional europeu. O avanço desses discursos levanta preocupações sobre os impactos na coesão social e nos direitos humanos no país.