As taxas dos DIs com prazos mais curtos encerraram a sessão desta quarta-feira (1º) em leve alta no Brasil, refletindo a atenção dos investidores às discussões fiscais no Congresso Nacional. Enquanto isso, as taxas longas apresentaram pequenas quedas, alinhadas ao recuo dos rendimentos dos Treasuries nos Estados Unidos, impactados pela paralisação parcial do governo americano e por dados negativos do mercado de trabalho. Por volta do fim da tarde, o DI para janeiro de 2028 registrava taxa de 13,375%, alta de 3 pontos-base em relação ao fechamento anterior.
No cenário externo, o rendimento dos títulos americanos de referência caiu após o impasse entre republicanos e democratas sobre o orçamento federal, que resultou na paralisação parcial do governo. Além disso, o relatório da ADP indicou fechamento de 32 mil vagas no setor privado dos EUA em setembro, contrariando expectativas de aumento, o que reforçou a possibilidade de cortes futuros na taxa de juros americana. No Brasil, o mercado acompanha a votação no plenário da Câmara do projeto que isenta do Imposto de Renda os trabalhadores que ganham até R$5 mil mensais, além da medida provisória que aumenta a tributação sobre aplicações financeiras e apostas esportivas, cuja aprovação é crucial para evitar um rombo fiscal.
Especialistas destacam que o Congresso tende a aprovar isenções fiscais rapidamente, mas sem medidas compensatórias claras para cobrir a perda de arrecadação. A medida provisória em análise poderia gerar R$20 bilhões em receitas e reduzir despesas em R$15 bilhões; sua não aprovação agravaria o déficit orçamentário. A curva de juros brasileira também reflete a expectativa do Banco Central de manter a Selic em 15% por período prolongado, com o mercado precificando integralmente essa manutenção na próxima reunião do Copom, prevista para novembro.