O Instituto Movimento, uma ONG sediada em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio de Janeiro, recebeu R$ 400 mil em emenda parlamentar destinada pelo deputado federal Dimas Gadelha (PT-RJ) para o projeto Dança e Ginga, que ofereceria aulas gratuitas de capoeira. O recurso foi repassado pelo Ministério da Cultura, mas a execução do contrato apresenta falhas significativas, com indícios de cumprimento parcial das atividades previstas.
O plano aprovado previa a formação de 80 turmas atendendo até 640 alunos, com uma equipe ampla composta por oficineiros, monitores e agentes mobilizadores. Contudo, as aulas ocorreram em apenas cinco polos e em horários limitados, além da cobrança de taxas e uniformes dos alunos, contrariando o caráter gratuito do projeto. Não foram apresentados relatórios de execução nem atestado de capacidade técnica, documentos essenciais para a validação do convênio.
Além das irregularidades operacionais, há ligações políticas entre o Instituto Movimento, o deputado Dimas Gadelha e o vereador Isaac Ricalde (PCdoB), que presidia a ONG até pouco antes de assumir o mandato. Essa relação pode configurar conflito de interesses e violação da legislação que proíbe o uso da máquina pública para benefício político. O caso está sob análise e pode resultar em sanções administrativas e repercussões políticas na região.